Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. Salmos 42:1

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Eu suspiro por Ti

 

corça

 

Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. Salmo 42:1

Deixe-me dar uma breve explicação sobre o termo “suspira” que aparece nesta passagem. Creio que os irmãos já notaram que na versão corrigida este termo é substituído por brama. No hebraico temos a palavra “zurra”. Este vocábulo se refere ao som específico que a corça emite. É a fêmea do cervo que está em pauta nesta passagem, visto que “zurra” é um termo feminino como a LXX também demonstra. “, artigo feminino, élafos” 

Tanto no hebraico como no português podemos observar que há palavras distintas para destacar o som emitido pelo urso, pelo leão, pelo lobo, pelo cavalo, pelo cão, pela vaca e pela ovelha.

O termo suspira que aparece na versão atualizada se referindo a anelar, desejar; é mais literalmente traduzido pela onomatopéia brama. A palavra é usada para tratar do som angustiante feito pela corça. Quanto este animal está carecendo de água e não consegue encontrá-la, ele faz um ruído lamentoso e desesperador. Um som característico e peculiar que é bem conhecido pelos moradores da região desértica.

É exatamente este o sentido que Davi está empregando neste salmo. Ele deseja tanto a presença de Deus, anseia tanto por se refrescar em Seus mananciais, que acaba angustiado a ponto de “bramar” como uma corça.

Caso a corça não achasse água, ela morreria rapidamente, pois sendo um animal de constituição ardente e sanguínea, ela sofre muito com a sede nas regiões orientais.

O que Davi está nos ensinando é que sendo nós pessoas espirituais sofremos demais sem a presença de Deus. A nossa existência depende de acharmos a fonte da vida. Sem a presença de Deus morreremos rapidamente de desidratação.

Senhor eu bramo, grito, anseio desesperadamente por Ti.

No próximo devocional falarei um pouco mais sobre as “correntes das águas”.

 

Fonte: Calvino, João. O livro dos salmos. Edições Parakletos. São Paulo. 1999. Volume II. P. 256-259

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